sábado, 2 de agosto de 2008

EN MEMORIA DE ELLA

Olá! me sinto feliz por poder partilhar com vocês meus sonhos minhas reflexões, desde minha realidade de mulher, na America Latina, no Brasil.
Do livro de Elizabeth Fiorenza en Memoria de Ella.
Não sendo uma estudiosa bíblica (exegeta), achei a leitura um pouco difícil por que usa muitos termos desconhecidos para mim. Ainda não consegui o livro em português isso talvez me dificulte a interpretação, mas espero estar contribuíndo com minha reflexão. Os sentimentos que me ocorreram ao ler este livro foram antâgonicos de alegria e de tristeza. Alegria por saber que temos a possibilidade de aprender a fazer uma leitura crítica e levantar suspeita dos textos bíblicos que nos foram passados como verdades absolutas de uma cultura patriarcal e androcentica, a onde a bíblia tem sido um instrumento central para estabelecer e reforçar o exercício do poder patriarcal.
Ler a bíblia a partir de uma pespectiva feminista desafia-me a buscar a promoção e a dignidade da mulher em todos os âmbitos da sociedade e a trabalhar os textos bíblicos que explicitam o papel antâgonico das mulheres , viabilizando novas abordagens para as mulheres da America Latina, que, além de serem oprimidas por serem mulheres, são triplicamente exploradas por serem mulheres, pobres e negras.
A leitura popular feminista da bíblia , nós ajuda na abordagem que se movimenta entre a Bíblia e a Vida. È a partir desssa nossa resistência, do nosso cotidiano e junto com as mulheres que se dessafiam e nós desafiam, queremos exercitar uma nova teologia com umametodologia dialética crítica e suspeita que são sinais da paixão pela Vida, da busca do alternativo, da solidariedade e da criatividade de uma realidade altamente patriarcal, que nos silenciou por um longo período.
Como mulheres somos chamadas a apreender, a interpretar e reinterpretar e isso não é um trabalho só de intelectuais. Os povos (mulheres) oprimidos (os) são chamadas a encontrar alternativas a partir da interpretação bíblica, temos que aprender a interpretar e reiterpretar, para repensar nossas vidas, nossa história e as formas de convivência que nos foram impostas. Porque nascemos em um mundo "criado" por homens. Onde se queremos viver somos obrigadas a assumir o masculino pois, os homens crêem que têm direito de agredir as mulheres sem questionar minimamente. ser uma mulher independente e autônama e sujeita de sua história é perigoso, poder se rebelar contra a submissão, é um abuso e se pode pagar com a morte.
A interpretação bíblica hermenêutica, segundo Elizabeth Fioreza, deve incorporar uma crítica cultural como uma crítica teológica das escrituras. E são essas as possibilidades de uma nova releitura, onde a mulher se torne sujeito de fato e de direito de participar da luta da libertação da mulher e que a bíblia seja um instrumento a favor dessa história.
"O silêncio em que muitas mulheres são submetidas em meu País é o grito que, em nome de Deus, deve sair de nosssas bocas"
Um abraço a todas (os)e sempre unidas na busca de um mundo mais justo e fraterno para todos homens e mulheres. goreth ribeiro

3 comentarios:

Nancy Olaya Monsalve dijo...

Querida Goreth, muchas gracias por tu comentario, a pesar de no dominar tu idioma he podido entenderte. Mira, me gusta mucho aquello que dices sobre el compromiso que tenemos de buscar con otras, espacios de transformación de las estructuras patriarcales y androcéntricas en lo cotidiano. Así como la necesidad de repensar nuestra experiencia, historia y formas de convivencia desde estos referentes teóricos. Agradecemos tu esfuerzo por leer en español y darnos tu aportación. Un abrazo.

Claudia Guzmán dijo...

Comparto os teus sentimentos de alegria perante a possibilidade de que a leitura da Bíblia possa ser liberadora para as mulheres, e ainda mais: eu sinto também esperança porque o facto de ter ouvido muitas vezes na Missa textos tão agressivos contra a mulher (1Tim 2, 10-15, 1 Cor 11, 7-10) e as prédicas sempre com um fundo de discriminação, faziam-me crer que a mulher devia ser colocada sempre no segundo lugar depois do homem, perante isto os meus sentimentos foram indignação e tristeza.
Mas desde que comecei o caminho da formação na literatura escrita por mulheres acho que a suspeita e as técnicas de hermenêutica feminista que colocam as mulheres sempre no centro dos textos podem nos ajudar para fazer uma nova interpretação da Bíblia e de alguns textos, semelhantes aos referidos anteriormente.
Concordo com o teu conceito de que a interpretação bíblica no pode ser uma tarefa intelectual, mas deve permitir que os nossos trabalhos em grupos sejam sempre posibilidade de libertação especialmente para as mulheres dos nossos contextos sem esquecer que nós precisamos viver a mesma libertação.
Eu própria estou a fazer uma abordagem pessoal que para alguns pode ser pequena, mas cheia de gestos que têm sentido para mim: Estou a tentar que a minha linguagem seja cada vez mais inclusiva porque o espanhol faz uma inclusão do feminino dentro do masculino com a implicação de que o feminino fica invisível. Também as formas nas quais eu escuto cada dia a Palavra de Deus vão-se transformando e o meu reflexo é buscar o que esta Palavra me diz desde a minha condição de mulher. Alem disto estou a tentar que a minha oração não seja repetir expressões sexistas e discriminatórias que afiancem o sentido Kyriarcal transmitido pela cultura patriarcal e androcentica.
O meu nome é Cláudia, vivo em Colômbia. Gostei do teu texto e o modo que expressas os teus conceitos e sentimentos em relação à leitura dos livros do Blog. É por isto que quis comentar fundamentada na tua análise a minha experiência. Desculpa os meus erros, mas ao ver que tu mesma tomas o risco de ler um livro técnico numa língua diferente da própria, eu também quis fazer o esforço de expressar o meu sentir e pensamento em português. Obrigada.

Nancy Olaya Monsalve dijo...

¡Claudia!!! Gracias por facilitar a Goreth y quienes hablan portugués, la lectura de tu comentario.